EM MOÇAMBIQUE CERCA DE 1/3 DAS MORTES SÃO DEVIDAS ÀS DOENÇAS NÃO TRAMISSÍVEIS: Revela o Ministro da Saúde durante o lançamento do Plano Multissectorial de Prevenção e Controlo das DNT
Maputo, 17 Novembro 2020 - Em Moçambique, estima -se que cerca 70 mil mortes que ocorrem por ano, sejam causadas pelas Doenças Não Transmissíveis (DNTs) e o risco de morte por estas doenças entre as pessoas com idades compreendidas entre os 30 e 70 anos é de 18%.
De acordo com dois estudos realizados, um em 2005 e o outro em 2015, nos últimos dez anos houve um aumento significativo da prevalência de DNTs, onde se observou a duplicação da prevalência da Diabetes Mellitus, de 2.8 % para 7.4%; o aumento da prevalência da Hipertensão Arterial de 33.1% para 39% e o aumento da incidência de cancro de 22.014 novos casos em 2012, para 25.631 novos casos em 2018.
Com o objectivo de reduzir o peso e impacto das DNTs através de uma abordagem holística e participação multissectorial, o Ministério da Saúde e os outros sectores, com o apoio dos parceiros, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveram um Plano de Acção Multisectorial de Prevenção das DNTs, cobrindo um período de 10 anos
O Plano de Acção, que contempla acções dos vários sectores na prevenção dos factores de risco e controlo das doenças, foi lançado em Maputo pelo Ministro da Saúde, Professor Armindo Tiago, no dia 14 de Novembro, data consagrada em todo o mundo como o Dia Mundial da Diabetes.
Para além de destacadas figuras e parceiros envolvidos na luta contra as DNTs o lançamento do Plano contou também com a participação do Representante Interino da OMS, Dr. Tomaz Valdez, que fez uma intervenção em nome dos parceiros técnicos de cooperação e na ocasião procedeu, em nome do Director Geral da OMS, Dr Tedros A. Gebreyesus, a uma doação de 13.000 pacotes de Insulina e 100 de Glucagon, medicamentos usados para o tratamento da Diabetes, que irão beneficiar os pacientes diabéticos em todo o País.
O principal objetivo do Plano Multisectorial de Prevenção das DNTs é de reduzir a carga evitável de morbilidade, incapacidade e mortalidade devido às Doenças Não Transmissíveis através da redução da exposição aos fatores de risco e reforço do sistema de saúde para prevenção e controlo.
O Plano Estratégico tem enfoque nas seguintes áreas de acção estratégicas: (i) Governação e Liderança; (ii) Redução dos Fatores de Risco; (iii) Manejo de casos das Doenças Não Transmissíveis e (iv) Vigilância, Monitoria, Avaliação e Investigação. Com etas acções estratégicas é esperada a redução dos factores de risco como consumo do tabaco, consumo excessivo do álcool, inactividade física e dieta não saudável para a redução da prevalência das principais doenças como: Doenças Cardiovasculares, Diabetes, Hipertensão, Cancro e Doenças Respiratórias Cronicas até 2029.
A morte prematura por doenças não transmissíveis continua a ser um dos principais desafios de desenvolvimento no século XXI. Anualmente, em todo o mundo, as Doenças Não Transmissíveis são responsáveis pela morte de 41 milhões de pessoas, o equivalente a três quartos de todas as mortes no mundo, sendo que 16 milhões de pessoas morrem prematuramente, e mais de 85% dessas mortes "prematuras" ocorrem em países de baixa e média renda.