FORMAÇÃO INTENSIVA, EM “EPIDEMIOLOGIA DE CAMPO”

FORMAÇÃO INTENSIVA, EM “EPIDEMIOLOGIA DE CAMPO”

O Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) em parceria com a OMS e demais parceiros, proporcionaram uma formação intensiva, sobre a “Epidemiologia de Campo”, formação esta facultada pelos membros técnicos da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi). Uma formação que surgiu como resultado da avaliação externa conjunta de Cabo Verde com a assistência da OMS em 2019, onde um dos pontos mais destacados apontava para a grande necessidade de desenvolvimento de um programa de epidemiologia de campo, pelo que o INSP, aproveita a oportunidade junto dos parceiros para proporcionar treinamentos aos profissionais de Cabo Verde, e assim colmatar essa necessidade de epidemiologista de campo no país.

A formação que decorreu na Cidade Velha, contou com a participação da Presidente do INSP, Maria da Luz Lima, da Presidente da ProEpi, Sara Ferraz e dos demais técnicos e tutores da ProEpi e os15 formandos, dos setores da saúde humana, animal e ambiental.

No entender da Presidente do INSP, Maria da Luz Lima, a formação decorreu muito bem, mesmo sendo a primeira a realizar-se no país, reforça também que há muita “sede” de ter epidemiologista de linha da frente no país. Para Maria da Luz Lima, um aspeto relevante desta formação “é que não foi pensado só no vertente saúde, mas sim, foi pensado na abordagem “uma só saúde”, incluído técnicos da saúde animal e ambiental”, o que se justifica, tendo em conta que muitas epidemias resultam de doenças transmitidas dos animais ao Homem

Para Sara Ferraz, Presidente da ProEpi, essa formação traz grande impacto a Cabo Verde, e destaca a melhoria na qualidade dos dados como um deles, o que implicará diretamente na análise da situação da saúde da população.

Jonas Brant, Professor da Universidade de Brasília e membros da ProEpi, afirma que os profissionais em uma semana demostram o potencial que Cabo Verde tem de melhorar a sua capacidade para a resposta a eventos importantes da Saúde Pública.

Porém, o mesmo afirma que o grande desafio é que investigar surto exige métodos e essa formação vem trazer metodologias para que os profissionais possam utilizá-las e ao mesmo tempo mostrar que Cabo Verde tem capacidade de responder as emergências e falar a linguagem internacional de investigação de surtos.

Sarah Mendes, Enfermeira Epidemiologista e membro da ProEpi, garantiu na altura de que estavam a ter uma semana muito intensa, como é a proposta mesmo do treinamento. Por outro lado, afirma que o seu compromisso com Cabo Verde, à volta de todo processo já que vai passar seis meses a monitorar o desenvolver do projeto, é de conseguir além do treinamento, melhorar a capacidade de análise, deteção e de resposta, não só para o treinando mas envolvendo outras instituições como o INSP, OMS e os parceiros.

De frisar que o objetivo central dessa formação é treinar os profissionais para diariamente lançar dados e dados com qualidade e ter uma resposta rápida para poder intervir.

Nesta premissa, a formanda, Eurídice Alfama, responsável do Centro de Saúde de Fazenda, assegurou que a formação de Epidemiologia de Campo “representa uma oportunidade de ampliar a sua visão e ter mais resposta em relação aos estudos pandêmicos, que vai além da parte assistencial”. Reforça ainda que trata-se de uma formação “oportuna” e que dá mais valência aos profissionais de saúde de Cabo Verde nos “manejos da informação”.

Segundo Maria da Luz Lima, a melhoria não será só a nível da saúde, mas nos técnicos que cada vez mais estarão melhor preparados para dar resposta e a nível económico, pois com a rede de epidemiologista em todas as ilhas os turistas regressam a Cabo Verde com algum conforto, pois sabem que qualquer anomalia será detetada rapidamente e tratada.

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