OMS intensifica a resposta da saúde ao ciclone IDAI em Moçambique: Directora Regional da OMS para Africa visita a zona de catástrofe

OMS intensifica a resposta da saúde ao ciclone IDAI em Moçambique: Directora Regional da OMS para Africa visita a zona de catástrofe

Beira, 1 de Abril de 2019 – A Directora Regional para África da Organização Mundial de Saúde (OMS), Dr. Matshidiso Moeti, no dia 1 de Abril, constatou em primeira mão os esforços realizados para salvar vidas e proteger a saúde das pessoas na Beira, a cidade mais atingida pelo ciclone IDAI em Moçambique.

 

"As próximas semanas serão cruciais a rapidez será essencial se quisermos salvar vidas e limitar o sofrimento", disse a Dra. Moeti após visitar comunidades devastadas e testemunhar os danos causados pelo ciclone nos centros de saúde.

 

Para expandir o apoio à resposta à esta emergência, a OMS enviou especialistas, incluindo epidemiologistas, logísticos e especialistas em prevenção de doenças, para construir uma equipa de 40 especialistas.

 

O restabelecimento dos serviços de saúde essências é igualmente imperativo, tal como a mitigação da propagação da cólera e de outras doenças, salientou o Dr. Moeti. "Vi que a enfermaria de pediatria do Centro de Saúde da Ponta Gêa foi completamente destruída, o telhado foi arrancado e os equipamentos e suprimentos destruídos pela água. Devemos fazer tudo o que pudermos para proteger o povo de Moçambique de um surto de doença ou outros problemas de saúde causados pela falta de acesso a serviços essenciais", disse ela.

 

A OMS está a ajudar a restaurar os serviços de Cuidados de Saúde Primários para que possam prestar serviços essenciais, incluindo imunização, tratamento básico para doenças comuns, desnutrição aguda e cuidados maternos, assegurando ao mesmo tempo o fornecimento contínuo de medicamentos para as pessoas vivendo com o HIV, tuberculose ou diabetes. 

 

É também motivo de preocupação a situação dos profissionais de saúde cujas famílias e lares foram afectados, enfatizou a Dra Moeti. A OMS está a trabalhar para os apoiar nas suas funções nos cuidados de saúde, bem como na reabilitação das unidades sanitárias onde trabalham.

 

Durante a sua estada na Beira, a Dra. Moeti visitou também o Hospital Central da Beira, um hospital nível quaternário - ( o maior da Província de Sofala), um Centro de Tratamento de Cólera e dois hospitais de campanha estabelecidos por equipas médicas de emergência da Itália e de Portugal. Visitou igualmente um Centro de Saúde do Instituto de Formação de Professores onde vivem temporariamente mais de 1000 pessoas deslocadas.

 

A planificação para responder a cólera tem sido uma das principais prioridades da Organização no seu apoio ao Ministério da Saúde para esta emergência. A OMS destacou especialistas em cólera e apoiou a distribuição de suprimentos, incluindo fluidos intravenosos que salvam vidas, testes de diagnóstico, solução de reidratação oral e outros suprimentos médicos para apoiar os centros de tratamento da cólera. 

 

Nesta semana, 500 camas estão disponíveis em sete centros de tratamento da cólera em toda a área afectada, com planos para aumentar significativamente a capacidade para fazer face a um aumento previsto dos casos. A OMS está a formar 30 profissionais de saúde em gestão de casos de cólera e na definição e monitorização de normas e protocolos nesses centros.

 

Mais de 900 000 doses de vacina contra a cólera oral, do stock mundial para uso de emergência, deverão chegar à Beira hoje, dia 2 de Abril, e o Governo e os parceiros, incluindo a OMS, o UNICEF, a Federação da Cruz Vermelha, os Médicos Sem Fronteiras e a Save the Children, estão a trabalhar 24 horas por dia para iniciar a campanha de vacinação na quarta-feira, 3 de Abril.

 

Até o dia 1 de Abril, um total de 1052 casos de cólera foram confirmados pelo Ministério da Saúde, e mais são esperados devido ao aumento do número de pessoas que chegam aos centros de saúde com diarreia aquosa aguda.

 

Em alto risco de infecção por cólera estão mais de 128 000 pessoas que vivem em abrigos temporários com abastecimento de água inseguro e saneamento deficientes - um ambiente de alto risco para a propagação da cólera, disenteria e outras doenças diarreicas.

 

A OMS está também a preparar-se para o aumento dos casos de Malaria, na sequência das inundações nesta zona já de alto risco. Mais de 750 000 Redes Mosquiteiros Tratadas com insecticida estão a ser distribuídas nas zonas afectadas pelo Governo e os seus parceiros. Testes de diagnóstico rápido e medicamentos anti – maláricos já foram encomendados e estão a ser encaminhados para a região Centro de Moçambique.

 

A OMS está a apoiar na criação de um sistema de alerta rápido para a detecção rápida de surtos de doenças. Está também a trabalhar com as autoridades nacionais para reforçar a capacidade laboratorial e assegurar a disponibilidade de testes de diagnóstico rápido. 

 

A OMS estima que os fundos necessários para a resposta sanitária nos próximos três meses rondam os 40 milhões de dólares americanos. O Fundo de Contingência para Emergências da OMS já disponibilizou 4,6 milhões de dólares americanos para apoiar a resposta até agora.

FIM/

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