MAPUTO, 10 de Novembro de 2016 – Moçambique concluiu com êxito a Campanha de vacinação contra a cólera, realizada em Outubro de 2016, nos cinco bairros mais afectados pela doença na cidade de Nampula, capital do norte do País. 

De acordo com os dados divulgados, pela Direcção Provincial de Saúde (DPS) de Nampula, na cidade de Nampula, durante o último fim-de-semana, num encontro de balanço geral da campanha, com os parceiros que apoiaram a implementação da campanha, a taxa de cobertura na 1ª ronda foi de 108 por cento e na 2ª ronda de 107, de um total de 194. 000 pessoas planificadas para serem vacinadas. 

Todos os anos, Moçambique tem registado casos de cólera, sendo o maior número reportado na cidade de Nampula nos bairros Mutauanhana, Murrapaniwa, Muatala, Natikiri e Carrrupeia. A vacinação contra a cólera foi porta a porta e decorreu em duas rondas. A primeira realizou-se de 3 a 9 de Outubro de 2016 e a segunda foi de 24 a 31 do mesmo mês. 

A campanha, liderada pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) do Ministério da Saúde (MISAU) teve o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF). A OMS apoiou na coordenação geral, com destaque para a planificação, monitoria, recursos financeiros, organização das equipas, advocacia e mobilização social, enquanto o UNICEF ajudou na coordenação da logística do transporte da vacina desde o depósito central de vacinas em Maputo até à cidade de Nampula e na mobilização social. 

Na implementação da campanha, para além de supervisores do Ministério da Saúde, da Direcção Provincial da Saúde de Nampula, do Serviço Distrital da Mulher e Acção Social, do Município e da OMS Moçambique e Genebra, estiveram envolvidos 558 pessoas entre os quais técnicos de saúde, activistas e líderes comunitários.

Excluindo os custos da logística do transporte da vacina, o custo operacional da campanha foi de 185.218 dólares norte- americanos dos quais 129.460,00 dólares foram usados para cobrir os custos operacionais com destaque ao pagamento de subsídios, reprodução dos instrumentos de monitoria dos Efeitos Adversos desta vacina e dos instrumentos de registo da vacina oral contra a cólera, formações (aos clínicos, técnicos, supervisores, monitores independentes, lideres comunitários), aluguer de viaturas e aquisição de combustível, reprodução de materiais de IEC, e 55.758 dólares  foram utilizados nas despesas de deslocação do pessoal do nível central para apoiar a fase de preparação, bem como a implementação das duas Rondas e a reprodução de cartões de vacinação, fichas e o seu transporte. 

A existência de recursos materiais e financeiros, o envolvimento directo das lideranças comunitárias tanto na planificaçãop como na implementação, bem como a motivação dos técnicos foram os factores decisivos para o sucesso da campanha. Igualmente os monitores independentes desempenharam um papel importante na identificação diária de áreas não devidamente cobertas durante a campanha em diferentes comunidades, e desta forma, redireccionar o trabalho dos supervisores e das equipas.

Esta campanha proporcionou ao País uma experiência única em termos de administração de vacinas a um grupo de pessoas que não são normalmente alvo do Programa Alargado de Vacinações (PAV) com especial ênfase para os jovens e adultos do sexo masculino. A estratégia porta-a-porta constituiu um enorme desafio, mas as equipas de vacinação adaptaram-se rapidamente a esta estratégia e, graças a isto, foi possível minimizar que pessoas dos bairros não seleccionados fossem vacinadas, facto que contribuiria negativamente no alcance dos resultados.

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