13°- Congresso AIBSA / AHILA
Praia, 15/10/12 -- A Ministra Adjunta e da Saúde, Dra. Cristina Fontes Lima, presidiu à sessão solene de abertura do 13°- Congresso da “Associação para a Informação e as Bibliotecas de Saúde em África – AIBSA”, na presença da Presidente da Associação, a Senhora Nashra Gathoni, do Presidente do Centro Nacional de Desenvolvimento Sanitário - CNDS, Dr. Artur Correia e do Representante da OMS.
A Ministra Adjunta (em pé, na foto), deu as boas vindas aos participantes de 29 países africanos e de 4 países europeus (França, Inglaterra, Suiça, Portugal), mais o Canadá e os EUA, e felicitou a Associação pelo trabalho que tem vindo a desenvolver durante os 28 anos da sua existência.
Realçou a importância que deu a este Congresso desde a primeira hora, bem como do tema escolhido: “Reforçar o acesso à informação de saúde em África: pesquisa, colaboração e inovação”. Reiterou a importância do desenvolvimento da pesquisa em África, pelos africanos, particularmente no tocante às doenças como o paludismo e a cólera, bem como do reforço da colaboração entre os países no domínio da informação em saúde.
No decurso da sua intervenção, anunciou para o próximo dia 19 de Outubro, o lançamento do projecto de Telemedicina em Cabo Verde, que conta com o apoio da República da Eslovénia e que provavelmente entrará em funcionamento no início de 2013.
A Presidente da “AIBSA”, Nashra Gathoni expressou a sua profunda gratidão aos organizadores deste 13º- Congresso, em particular ao Governo de Cabo Verde e à Organização Mundial da Saúde pelo contínuo apoio na realização desta actividade bienal.
Para Nashra Gathoni, este evento não seria possível sem o apoio contínuo dos nossos colaboradores e parceiros como a Biblioteca Nacional de Medicina, EUA, parcerias de Informação em Saúde, Reino Unido, HIFA2015, o INASP, entre outros.
Disse ainda ser um previlégio, o mesmo ter contado com a participação de um representante da sede da OMS em Genebra, Suiça. Falou do desenvolvimento da AIBSA ao longo dos 28 anos de sua existência e dos consecutivos congressos que têm permitido discutir questões de informação em saúde, pois todos os dias surgem novos desafios que exigem que cada um de nós aprenda e compartilhe os seus conhecimentos e experiências.
Na África, disse, somos confrontados com a mortalidade infantil e materna que continuam a aumentar. Casos de doenças não transmissíveis e evitáveis que estão em ascensão, bem como alguns problemas de saúde que requerem soluções simples, e que nós, como profissionais de informação de saúde, temos uma enorme responsabilidade na resolução desses problemas.
A informação é um pré-requisito para o desenvolvimento de qualquer nação, e uma força motriz para o desenvolvimento económico, social ou político, afirmou. A informação é também um contribuinte indispensável para bons resultados de saúde, e um elemento crítico do bom funcionamento dos sistemas de saúde, disse.
Em regiões que carecem de sistemas de informação, os bibliotecários podem desempenhar o papel de facilitador de acesso e uso de informações, já que são conscientes das necessidades dos usuários e familiarizados com tecnologias de informação e comunicação (TIC).
O mundo está passando por uma revolução tecnológica com o advento da internet, o aumento do uso de computadores e telefones celulares, e maior acesso a volumes crescentes de informações. No entanto, disse, apenas 5,7% do mundo, dois bilhões de usuários de internet estão na África (Internet World Statistics, 2011).
A Presidente da “AIBSA”, informou que na África sub-saariana, tem havido muitos progressos na disponibilidade em formatos electrónicos de informação em saúde para o setor da saúde, através de políticas para os níveis de prestação de serviços. Por exemplo, um grande número de países da região têm sido privilegiados pela “HINARI”, banco de dados por iniciativa da OMS, que fornece acesso a mais de 8.000 recursos de informação de forma gratuita.
É uma valiosa fonte de informações de saúde para os profissionais de saúde nos países em desenvolvimento, fornecendo acesso a informações atuais, afirmou. Esse acesso por pesquisadores, estudantes e profissionais de saúde devem, em última análise traduzir-se em melhores cuidados de saúde, concluiu.
Para Nashra Gathoni, mesmo com a disponibilidade de tais recursos valiosos, as questões de acesso adequado e usabilidade precisam ser críticamente abordadas, pois continua a haver uma lacuna no sentido de garantir o acesso equitativo à informação em saúde em ambientes rurais e urbanos, devido a diversas barreiras, tais como a disponibilidade de energia elétrica e infra-estruturas.
O Representante da OMS enalteceu todo o percurso da “AIBSA” ao longo dos 28 anos da sua existência e realçou o papel que a Informação tem a desempenhar na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), especificamente os inerentes à saúde, ODM 4, 5 e 6 pois estes seriam acelerados através do fornecimento de informações precisas e relevantes resultando em melhores decisões prestadores de cuidados de saúde.
O Representante da OMS disse que a Associação fez muito e alcançou um importante marco com o lançamento do Plano Estratégico 2010 - 2015. Apesar disso, disse, devemos analisar que progressos foram alcançados depois do 12°- Congresso no que concerne a: encontrar, organizar, gerir e utilizar a informação sobre a saúde.
Lembrou que continua ainda grande o fosso existente entre os que têm a informação e os que precisam dela e que é preciso uma maior gestão e disseminação.
Falou da Biblioteca Azul, que é uma iniciativa suportada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fornecimento de informações para regiões remotas, e apelou aos países que dispõem desta importante “ferramenta”, para desenvolvê-la e disseminá-la largamente, em benefício da saúde das populações.
Concluiu dizendo que o Director Regional da OMS para a África, Dr. Luís Gomes Sambo, continuará a dar todo o seu apoio de sempre para o desenvolvimento da informação sanitária em África e desejado maiores sucessos durante os trabalhos.
O 13°- Congresso decorreu sob o tema: “Reforçar o acesso à informação de saúde em África: pesquisa, colaboração e inovação” e contou com os seguintes sub-temas: i) Parcerias a nível mundial e acesso à informação sobre a saúde em África, ii) Capacitação dos usuários finais à informação de saúde, com um reportório institucional multilingue: desafios e oportunidades, iii) O papel das TIC no reforço do acesso à informação sobre a saúde em África, iv) Promoção da investigação entre os prestadores de cuidados de saúde através do acesso à informação sobre saúde, e v) Reforço das redes de bibliotecas e informação a nível nacional.
A Sra. Cristiane de Oliveira, da OMS Genebra, fez a apresentação do primeiro sub-tema: “ Capacitação do acesso dos usuários finais à informações de saúde com um repositório institucional multilingue: desafios e oportunidades. Falou das bibliotecas da OMS, como trabalhar para empoderar, do contexto e dos benefícios da biblioteca digital da OMS, do multilinguismo, bem como dos desafios e oportunidades.
Como sabemos, o mundo de hoje pertencente a uma sociedade da informação, continua a enfatizar a revolução do usuário final, o que trouxe uma mudança significativa no papel dos bibliotecários e profissionais de informação.
Experiências e iniciativas estão sendo adotadas para fortalecer o usuário final o acesso e uso da informação em saúde.Também o Escritório regional da OMS/AFRO participou com o tema : “O papel das bibliotecas no fortalecimento dos sistemas de pesquisa e de saúde na Região Africana” , que foi apresentado pelo Sr. MAMBOU/Charthian.
O sub-tema “Parcerias a nível mundial e acesso à informação sobre a saúde em África”, mereceu também destaque. Numerosos projectos de parceria de grande e pequeno porte têm sido promovidos com o objetivo de fornecer quantidades significativas de informações de saúde atual em África. Este sub-tema aborda como estas parcerias têm impacto sobre o acesso à informação em saúde.
“O Papel das TIC no reforço do acesso à informação sobre a saúde em África” tem sido muito importante para fazer a ponte de informações entre os países industrializados e em desenvolvimento e pode ter impacto num dado país / instituição, de várias formas. Que projetos ou recursos tiveram o impacto mais positivo e o que poderia ser feito para melhorar o acesso à informação electrónica em saúde foram abordados de forma a permitir conhecer melhor o impacto das TIC na melhoria do acesso e uso da informação em saúde.
Cabo Verde fez as seguintes apresentações: “O Observatório Nacional de Saúde” apresentado pelo Director Nacional de Saúde, Dr. António Pedro Delgado, “Telemedicina em Cabo Verde”, pelo Dr. Miguel Lopes, e o “Portal de conhecimentos” por Paulo Casimiro Foi um conjunto de sub-temas bastante importantes, que mereceram toda a atenção dos participantes.
No último dia dos trabalhos a Assembleia Geral da “AIBSA” esteve reunida em sessão plenária, durante a qual a Sra. Nashra Gathoni foi reeleita Presidente e a TANZÂNIA foi proposta para albergar o 14°- Congresso, em 2014.
Na foto ao lado, temos o novo corpo directivo da “AIBSA”, que irá dirigir os destinos da Associação nos próximos 2 anos.
As Recomendações saídas deste 13°- Congresso apontam, entre outros, para as seguintes acções: i) o mapeamento / documentação de Literacia da Informação (IL), ii) formação em instituições membros AIBSA, iii) investigação para documentar o papel dos bibliotecários na implementação de R4L, iv) preparar duas bibliografias comentadas de pesquisas até agora realizadas por membros AIBSA / nos países membros AIBSA, v) fornecer suporte de treinamento para seus membros, onde há falta de capacidade, vi) reforçar a colaboração entre AIBSA e os países, vii) intensificar esforços para fortalecer o acesso à informação de saúde por todas as comunidades, ou seja público e associado, através da criação e difusão de informações, viii) incentivar a comercialização e promoção para promover a acessibilidade e disponibilidade de informações de saúde e ix) realizar acções de formação para profissionais de Informação em Saúde e produção de informação que permitirá pessoal, profissional e político na tomada de decisão (bibliotecários).
A sessão de encerramento deste 13°- Congresso da “AIBSA” foi presidido pelo Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, Dr. Correia e Silva (ao centro, foto em baixo), que manifestou a importância que o Governo atribui a este 13°- Congresso bem como à documentação científica, e felicitou os participantes pelos resultados alcançados durante os trabalhos. O Dr. Correia e Silva disse ainda que a nossa luta é para recuperarmos o atraso que provém das comunidades de cientistas e de profissionais da saúde, de informação actualizada, pertinente e que possa apoiar as suas práticas quotidianas.
A nossa política, em termos de documentação passa pelo investimento nas TIC, na inclusão digital, permitindo a um país disperso e arquipelágico prover de informação a profissionais de saúde que estão por todas esta ilhas, disse. Queremos uma ciência que seja útil e que seja socialmente impactante, realçou.
Mas o esforço de recuperar o atraso científico, de trazer a documentação para os nossos profissionais é um esforço que tem que ser internacionalmente partilhado, afirmou, pois que é caro o acesso às bases de dados na área científica, específicamente na área médica, exigem infraestruturação, investimentos na internat, e por isso, a cooperação é vital para nós. Posto isto, solicitou a colaboração de todos, para conjuntamente poder empoderar os profissionais de saúde com documentação científica. Disse ter trabalhado com o Ministério da Saúde e com a Ministra Adjunta e da Saúde para trazer as bases de dados que permitam melhorar o desempenho dos nossos hospitais e centros de saúde.
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