Angola imuniza 6,7 milhões de pessoas contra a Febre Amarela

Angola imuniza 6,7 milhões de pessoas contra a Febre Amarela

Técnicos da OMS continuam na linha da frente

Luanda, 9 de Março de 2016 - As autoridades sanitárias angolanas e os parceiros nacionais e internacionais estão a desenvolver esforços tenazes para imunizar 6,7  milhoes de pessoas em áreas de alto risco de Febre Amarela na Província de Luanda e interromper a transmissão da epidemia que o País enfrenta desde Dezembro de 2015. 

Com o apoio da OMS, foram adquiridas 7.4 milhões de doses de vacinas que vão permitir toda a população da Província de Luanda a partir dos 6 (seis) meses de idade.

Para quebrar a transmissão, está a ser implementada uma Estratégia Nacional de Resposta que inclui a criação de equipas avançadas de vacinação compostas por uma média de 400 profissionais de saúde por município. Essas  equipas são reforçadas por 500 vacinadores das Forças Armadas Angolanas (FAA), 120 da Polícia Nacional e 50 voluntários da Cruz Vermelha de Angola (CVA). Os peritos da OMS têm tido um papel crucial no treinamento das equipas nacionais e na organização desta estratégia de vacinação em massa. A meta é vacinar mais de 80% da população da Provincia de Luanda, estimada em 6,7 milhões de habitantes, até 18 de de Março de 2016. Trata-se da primeira vez que Angola realiza uma campanha contra a febre amarela com esta envergadura.

A vacina contra a febre amarela foi introduzida no calendário do Programa Alargado de Vacinação (PAV) em Angola, em 1980. Entretanto, os especialistas da OMS sublinham que as taxas de cobertura vacinal em Angola estão abaixo dos 80%  recomendados internacionalmente. Esta baixa taxa de cobertura vacinal pode explicar as razões pelas quais as vítimas da actual epidemia de febre amarela estão a ser pessoas da faixa etária acima dos 15 anos, não abrangidas pelo calendário de vacinação de rotina.

Um sério constrangimento que as autoridades nacionais enfrentam para assegurar a qualidade da actual campaha é a segurança nos postos de vacinação de alto rendimento, onde comparecem milhares de pessoas por dia. Nestas circunstãncia, controlar e organizar a população para a vacinação tem sido uma tarefa dicicil, do mesmo modo que a organização logistica e a distribuição atempada de vacinas a todos os postos. “O número de polícias no terreno, assim como  recursos operacionais para as necessidades em meios logísticos, são insuficientes para manter a ordem nos postos de vacinação que estão superlotados”, reclamou um vacinador.

Até esta data, a  OMS prestou apoio financeiro às autoridades nacionais num montante de US$ 289,383.65 provenientes do Fundo Africano para as Emergência de Saúde Pública (FAESP) e está prestes a disponibilizar mais US$ 499,449 do Fundo de Contingência para a Emergência (CFE) para financiar custos operacionais relacionados com a campanha. Além destes fundos, a OMS também apoiou a elaboração de um plano de emergência que prevê a mobilização de fundos estimados em US$ 2,3 milhões. A campanha está a ter como prioridade a vacinação de crianças a partir dos seis meses e pessoas nunca vacinadas.

Miranda Lussoki, mobilizador da Repartição Municipal da Saúde de Viana, treinado por oficiais da OMS e do UNICEF para intensificar a mobilização em áreas de risco, sublinha que todos querem apanhar a vacina e explica porque esta procura é enorme: «É preciso mais  material de educação e de sensibilização comunitária e o envolvimento maior número de mobilizadores, a fim de diminuir os niveis de ansieadde e o pânico entre a população que tem medo de morrer se não for vacinada contra a febre amarela», sublinha ele.

Nos últimos dias, foi notório o impacto da campanha de vacinação, como uma das principais estratégias de controlo da epidemia, além de outras medidas de prevenção como a luta anti-vectorial e a e a protecção contra a picada dos mosquitos. Nos últimos oito dias, o país continuou a registar uma redução acentuada de casos suspeitos os quais  passaram de 157 para 79. Também o número de óbitos diminuíram em 63%.

Até 8 de Março de 2016, o número total de casos casos confirmados de Febre Amarela em Angola é de 65, num total de  813 casos suspeitos e 138 óbitos. O epicentro da epidemia continua localizado no Municipio de Viana, na província de Luanda, sem evidências de transmissão local em outras áreas. As provincias do Benguela, Bié, Cabinda, Cunene,  Cuanza Sul, Huambo e Huíla também notificaram casos, mas todos eles com vínculos epidemiologicos com  Luanda.

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Para informações adicionais, favor contactar:

Dr Jean-Marie Kipela, Tel: +244 941280588; Email: kipelam [at] who.int
Dr François Nguessan, Tel: +244930443862; Email: nguessanf [at] who.int

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