OMS reforça apoio técnico a Angola para a resposta à epidemia de Febre Amarela

OMS reforça apoio técnico a Angola para a resposta à epidemia de Febre Amarela

Luanda, 1 de Março de 2016 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a intensificar a sua assistência técnica a Angola para permitir uma resposta multissectorial mais integrada contra a epidemia de Febre Amarela que este país da Africa austral está enfrentar desde Dezembro de 2015, com o registo de mais de 634 casos suspeitos, 110 óbitos e 25 casos confirmados, até esta data.

Uma equipa de vinte (20) peritos de diversas áreas foi enviada para apoiar o Ministério da saúde e reforçar as actividades no terreno, em Angola. A OMS está a trabalhar em estreita colaboração com outros parceiros e organizações nacionais e internacionais envolvidos na resposta à epidemia, tais o UNICEF, o CDC/Atlanta, Médicos Sem Fronteiras (MSF), as Forças Armadas nacionais e a cruz Vermelha Nacional. A assistência técnica da OMS cobre áreas como a coordenação da luta contra a epidemia, vigilância epidemiológica, assistência laboratorial, apoio logística, luta anti vectorial, gestão de dados, mobilização social e participação comunitária.

Os primeiros casos da corrente epidemia de febre-amarela em Angola foram detectados no município de Viana, situado a cerca de 30 km de Luanda, a capital. Posteriormente, foram detectados novos casos suspeitos noutros municípios da província de Luanda, assim como noutras províncias, nomeadamente Huíla,  Kwanza Sul e Huambo. Os peritos da OMS estão também a apoiar a investigação epidemiológica e a confirmação laboratorial de casos nessas províncias.

Outras acções em curso para o controlo da epidemia incluem o treino de voluntários para a mobilização comunitária, a capacitação dos técnicos de saúde para a melhoria do diagnóstico e o reforço da advocacia para a melhoria do saneamento do meio ambiente nas áreas de maior risco, onde as equipas entomológicas descobrem índices elevados de mosquitos Aedes aegypty infectados que transmitem a febra amarela.

No dia 2 de Fevereiro de 2016, as autoridades angolanas lançaram uma mega campanha de vacinação para conter esta epidemia em Luanda. A Província de Luanda tem uma população estimada em 6,7 milhões de habitantes e, até a data, foram já vacinadas um total de 2,72 milhões de pessoas nos municípios de Viana e Belas, onde foram reportados casos confirmados. O grupo prioritário para esta vacinação estão a ser crianças a partir dos seis meses de idade. A procura pela é grande e diariamente há enormes filas de centenas de pessoas querendo ser vacinadas.

As autoridades nacionais debatem-se actualmente com obstáculos e constrangimentos para assegurar o sucesso desta operação, tais como escassez de material de educação e sensibilização comunitária, recursos humanos, insuficiência de fundos para custos operacionais, incluindo para o transporte das vacinas e das equipas de vacinação. Para fazer face a estes desafios, a OMS apoiou a elaboração de um plano de emergência que prevê a mobilização de fundos estimados em USD 2,3 milhões.

Com o apoio da OMS, um total de seis milhões de doses de vacinas foram adquiridas para a campanha de vacinação em Angola. A OMS também prestou apoio financeiro às autoridades nacionais num montante de USD 289,383.65 provenientes do Fundo Africano para as Emergência de Saúde Pública (FAESP) e está prestes a disponibilizar mais USD 499,449 do Fundo de Contingência para a Emergência (CFE) para financiar custos operacionais relacionados com a campanha.

Apesar das dificuldades na implementação da resposta, após 20 dias de campanha de vacinação, já se observou uma diminuição no número de casos suspeitos notificados os quais  passaram de 220 na semana precedente  para 110 durante a semana de 22 de Fevereiro de 2016. Também o número de óbitos diminuiu de 20 para 10 no mesmo período de tempo. Actualmente, a epidemia está limitada à província de Luanda e até à data não há evidências de uma transmissão local noutras províncias.

Esforços de uma coordenação global e multi-sectorial para apoiar o combate à epidemia e o empenho político das autoridades nacionais são fundamentais para facilitar o rápido sucesso da resposta.

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Para mais informações adicionais, favor contactar:

Questões técnicas:

Dr Jean-Marie Kipela, Tel: +244 941280588; Email: kipelam [at] who.int

Dr François Nguessan, Tel: +244930443862; Email: nguessanf [at] who.int 

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