Cotonou, Beninm. 5 de Novembro de 2014 – Os países da Região Africana da OMS estão decididos a travar a propagação da poliomielite e a eliminar o sarampo, o tétano neonatal e a lutar contra outras doenças evitáveis pela vacinação. Estima-se que mais de três milhões de crianças com menos de cinco anos morram por ano na Região Africana da OMS e que um número significativo destes óbitos possa ser evitado pela administração de vacinas.

Durante o Comité Regional Africano da OMS, os ministros da saúde concordaram em efectivar o novo Plano Estratégico Regional de Vacinação 2014-2020, para garantir que cada criança esteja protegida através da vacinação, e ainda para colmatar quaisquer lacunas existentes nos programas de vacinação.

No seguimento de uma revisão independente do modo como foi implementado o Plano Estratégico Regional 2009-2013, concluiu-se que houve progressos assinaláveis no combate às doenças evitáveis pela vacinação. Por exemplo, mais de 150 milhões de pessoas da “cintura da meningite” de 12 países foram vacinadas com a MenAfriVac desde 2010, não se tendo verificado qualquer caso confirmado de meningite desde então. Em 2011, criou-se a Semana Africana da Vacinação, comemorada anualmente, que contribuiu para melhorar a prestação de serviços e vacinar mais pessoas. Para além disso, a Região assistiu a um decréscimo significativo no número de casos de poliovírus selvagem, e foram também introduzidas novas vacinas nos calendários nacionais de vacinação. Não obstante, a despeito dos progressos realizados, continuam por resolver muitos desafios.

“É preciso fazer muito mais caso se pretenda que as metas regionais dos programas de vacinação sejam atingidas até 2020. As lacunas na cobertura vacinal e na coordenação e gestão das actividades de vacinação, a falta de profissionais de saúde qualificados, a capacidade inadequada de armazenamento no frio, o baixo envolvimento das comunidades e os fracos sistemas de vigilância são alguns dos desafios que exigem uma atenção urgente” afirmou o Dr. Luis Sambo, Director Regional da OMS para África. 

O Plano Estratégico Regional de Vacinação 2014-2020 foi elaborado para combater uma série de entraves cruciais que dificultam a consecução da cobertura vacinal universal na Região. O Plano privilegia o alargamento dos benefícios das novas vacinas a todas as pessoas, integrando a vacinação nas políticas e planos nacionais de saúde, melhorando a qualidade dos dados, a segurança e a regulação das vacinas promovendo a investigação e a inovação, entre outros aspectos. Algumas das áreas fundamentais realçadas no plano incluem o desenvolvimento da capacidade nacional, a melhoria das parcerias e o reforço do financiamento. 

Para além do combate às doenças evitáveis pela vacinação, o Plano para 2014-2020 vai também contribuir para reforçar os serviços de vacinação em geral a todos os níveis durante as situações de emergência humanitária.

“A consecução destes objectivos exige empenho político, e parcerias dedicadas aos níveis mundial, regional e locais amplas, para assegurar a disponibilidade e o uso eficiente dos recursos”, acrescentou o Director Regional. 

Estima-se que serão necessários 17,2 mil milhões de dólares Americanos para alcançar as metas do Plano Estratégico Regional de Vacinação. Em 2010, a sexagésima sessão do Comité Regional Africano da OMS apelou aos países para integrarem a vacinação nas suas políticas e planos nacionais de saúde, e a aumentarem o financiamento.

As decisões posteriores tomadas pelo Comité Regional e pela Assembleia Mundial da Saúde exortavam os países a acelerarem os seus esforços providenciando recursos adequados e desenvolvendo a componente da vacinação nas suas estratégias e planos nacionais de saúde. 

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