A 28 de Julho, a Região Africana da OMS irá juntar-se às comemorações do Dia Internacional da Hepatite. O tema “Testar. Tratar. A hepatite” chama a atenção sobre as infecções do vírus da hepatite B e C que causa inflamações a longo prazo (crónicas) no fígado, conduzindo à cicatrização extensiva, cancro do fígado e mortes prematuras. O objectivo do dia Internacional da Hepatite é o de sensibilizar sobre estas infecções e da importância do diagnóstico precoce, uma vez que existe tratamento disponível.
No Mundo há cerca de 323 milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite B ou C, um fardo 10 vezes superior ao da epidemia do VIH. Mais de 1.4 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças hepáticas causadas por infecções sem tratamento, incluindo dois em cada três mortes causadas pelo cancro do fígado.
Em África, a hepatite B e C é uma epidemia silenciosa, que afecta mais de 70 milhões de pessoas. Entre os infectados, 9 de cada 10 nunca foram diagnosticados, por falta de sensibilização e fraco acesso a meios de diagnóstico e tratamento. Partilho convosco a história de Bari, um jovem de 23 anos que foi diagnosticado a hepatite B. A irmã mais velha apresentava sintomas como olhos amarelados, abdómen inchado, e recentemente faleceu com cancro no fígado. “Foi aterrador descobrir que a doença foi causada pelo infecção por hepatite B. Talvez fomos infectados com os pequenos cortes e contacto físico durante a nossa infância. Não tínhamos noção que a infecção fosse tão silenciosa durante tanto tempo, e com consequências tão devastadoras.”
Há esperança para Bari e para milhões de pessoas como ele. Estão disponíveis medicamentos a preço acessíveis para controlar a hepatite B e prevenir doenças hepáticas. De igual modo, a vacina para a hepatite B, ministrada à nascença, juntamente com a vacinação infantil, previne mais de 95% dos casos de novas infecções que conduzem, posteriormente, ao cancro do fígado. Para a Hepatite C, os novos tratamentos disponíveis podem curar a infecção na maioria dos pacientes num prazo de 12 semanas.
Hoje, convido os Estados-membros a desenvolverem planos estratégicos nacionais que sirvam de roteiro para a eliminação da hepatite viral. Exorto aos países a investirem no combate à hepatite através do aumento do financiamento interno, e disponibilizando instalações para o diagnóstico e tratamento, aproveitando as infraestruturas existentes para o VIH e outras doenças infecciosas.
A OMS felicita os esforços do Fundo Global em disponibilizar diagnóstico e tratamento para a hepatite C para os pacientes que recebem tratamento para o VIH, e convida os parceiros a apoiar no combate à hepatite em África.
Os profissionais da saúde, ONG´s, sociedade civil e os que vivem com a hepatite devem desempenhar um papel-chave na sensibilização e promoção do diagnóstico e tratamento da hepatite B e C. Convido aos investigadores a desenvolverem um diagnóstico e tratamento simplificado, e descobrir a cura para a infecção por hepatite B e vacina para a hepatite C.
A OMS irá continuar a apoiar os Estados-membros com oportunidades de colaboração a nível regional e internacional. Temos uma visão de uma África livre da Hepatite viral até 2030 e todos devem ter acesso ao diagnóstico e tratamento em toda a parte.
Agora é hora de Testar, tratar e Curar a Hepatite.