Mensagem da Diretora da OMS para a Região Africana, Dra. Matshidiso Moeti sobre o Dia Mundial da Hepatite 2019    

A 28 de Julho de 2019, a Região Africana da OMS vai se juntar a comunidade internacional nas celebrações do Dia Mundial da Hepatite.

Apesar da disponibilidade dos meios de diagnóstico e de tratamento, menos de 1 em cada 10 dos 71 milhões de pessoas infetadas com a hepatite B ou C em África têm acesso a diagnóstico e mais de 200 000 morrem todos os anos devido às complicações relacionadas com a doença como a cirrose hepática e cancro do fígado.

As comemorações para este ano serão sobre o tema, Investir na eliminação da Hepatite, um lembrete oportuno que esta doença pode ser eliminada até 2030 com a afetação de recursos adequados e vontade política.

Em junho a Organização Mundial da Saúde desenvolveu o primeiro quadro de resultados para a hepatite, visando o seguimento dos progressos na região. O quadro indica o seguinte:

  1. O maior fardo da infeção por hepatite B nas crianças com menos de cinco anos estão nos países onde a dose à nascença da vacina da hepatite B conta com uma cobertura insuficiente (abaixo de 90%) da vacina pentavalente de infância;  e
  2. E o diagnóstico e tratamento como abordagem de saúde pública continua a ser o componente mais negligenciado da resposta.

O financiamento do diagnóstico e tratamento como componente da Cobertura Universal de Saúde é um investimento eficaz. A OMS felicita o Ruanda e Uganda pela disponibilização  diagnóstico e tratamento da doença gratuitamente.

Hoje convido aos Estados-membros a se investirem na abordagem de saúde pública para a erradicação da hepatite B e C em África. Os países devem investir na vacinação contra a Hepatite B para todos os recém-nascidos e integrar as intervenções como parte do reforço dos sistemas de saúde. Isto inclui basear-se nas capacidades actuais dos laboratórios para o VIH e TB, incorporando a vigilância contra a hepatite no sistema nacional de informação sanitária, e garantir o fornecimento de medicamentos e meios de diagnóstico comportáveis.

A OMS felicita a GAVI, a Aliança para a Vacinação por apoiar a vacinação de dose à nascença da vacina da hepatite B e o Fundo Global por disponibilizar tratamento para a Hepatite C aos pacientes com VIH.

Saudamos a proposta feita recentemente pelo Egipto para apoiar o diagnóstico e tratamento da hepatite a um milhão de pessoas em 14 países africanos.

Convido aos parceiros e empresas farmacêuticas a reduzirem os custos dos meios de diagnóstico e de tratamento da hepatite B e C. Em colaboração com a comunidade de investigadores, podemos explorar coletivamente as formas de simplificar o diagnóstico e tratamento, e ainda promover a inovação para curar hepatite B e vacina para a hepatite C.

Para além dos esforços envidados pelos governos e parceiros a sociedade civil e os que vivem com a hepatite viral devem continuar a desempenhar um papel central na sensibilização da comunidade e dos políticos.

A OMS irá continuar a apoiar a colaboração entre os Estados-membros. No mês passado foi realizada a Cimeira Africana sobre a Hepatite em Kampala, no Uganda onde participaram mais de 600 delegados de 32 países.

Como canta a música “African Hepatitis Song” lançada na Cimeira, “vamos nos unir e investir para vencer esta guerra contra a hepatite, vamos sensibilizar a todos e  vamos cumprir com os nossos papeis”. É isto que temos de fazer para concretizar o objectivo de erradicar a hepatite viral até 2030.


1. A vacina pentavalente protege contra: difteria, tétano, tosse convulsa, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B (Hib)